O modo peculiar de Fleck de pensar e enxergar seu objeto de estudo é o
que ele chama de “estilo de pensamento”. Já o grupo que se organiza em
torno de um mesmo estilo – como uma equipe de cientistas que tenta compreender os mecanismos de evolução do vírus HIV, por exemplo – constitui um “coletivo de pensamento”.
Cada um desses profissionais participa também de muitos outros
coletivos de pensamentos. Ao transitarem entre eles, eles promovem
fluxos de ideias e conceitos e geram transformações mútuas desses
estilos.
Gradativamente, esse movimento leva à alteração dos estilos de
pensamento e, por conseguinte, da forma de se tratar um problema
científico, como ocorreu com a passagem da física clássica newtoniana para a física moderna einsteiniana.
Os dois conceitos são centrais para entender a maneira pela qual
Fleck encarava a ciência: uma atividade coletiva, que implica debates e
divergências, não é consensual e apresenta respostas provisórias,
sempre.
“Estilo de pensamento” e “coletivo de pensamento” são apenas algumas
das expressões que Fleck cunhou para expressar suas ideias, inovadoras
para a época. Para dar conta do desafio de vertê-las para o português, o
tradutor Georg Otte, professor do curso de Letras da UFMG conta ter
feito uma extensa pesquisa, para contrastar o texto do ensaio com os poucos artigos do médico sobre teoria da ciência.
Parabéns Paulo, o link ficou ótimo!
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